sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A Doutrina Reformada da Predestinação

A Doutrina Reformada da Predestinação 
Por Loraine Boettner, D.D.a
Breve Introdução

A doutrina da Predestinação recebe comparativamente pouca atenção em nossos dias e é muito imperfeitamente compreendida, mesmo por aqueles que supostamente deveriam sustentá-la mais lealmente. É uma doutrina, contudo, que faz parte do credo da maioria das igrejas evangélicas, e que tem tido uma influência notável em ambos, Igreja e Estado. Os regimentos de várias ramificações das Igrejas Presbiteriana e Reformada na Europa e nos EUA são plenamente Calvinistas. As Igrejas Batista e Congregacional, embora não tenham credos formulados, foram no princípio Calvinistas, se pudermos julgar pelos escritos e ensinos dos teólogos que as representam. A grande igreja livre da Holanda e quase todas as igrejas da Escócia são Calvinistas. A Igreja Estabelecida da Inglaterra e sua filha, a Igreja Episcopal da América, têm um credo Calvinista nos “Trinta e nove Artigos”. Os Metodistas de Whitefield em Gales até hoje mantêm o nome de “Metodistas Calvinistas”.
Entre os que advogaram esta doutrina no passado e os que ainda o fazem no presente, podemos encontrar alguns dos maiores e mais sábios homens do mundo. Foi ensinado não somente por Calvino, mas por Lutero, Zuínglio, Melancton (embora ele mais tarde se retratasse numa posição mais Semi-Pelagiana), por Bullinger, Bucer e todos os grandes líderes da Reforma. Enquanto diferissem em alguns pontos, eles concordavam com esta doutrina da Predestinação e ensinaram-na enfaticamente. O trabalho principal de Lutero, “The Bondage of de Will” (O Cativeiro da Vontade), mostra que ele mergulhou na doutrina tão ardorosamente quanto Calvino o fizera. Ele inclusive discorreu sobre ela mais apaixonadamente e percorreu-a mais profunda e detalhadamente do que Calvino o fizera. E a Igreja Luterana hoje, a julgar pela “Fórmula de Concórdia” sustenta a doutrina da Predestinação numa forma modificada. Os Puritanos na Inglaterra e aqueles que no passado estabeleceram-se na América, tanto quanto os “Covenanters” na Escócia e os Huguenotes na França, foram Calvinistas; e aqui pouco crédito para os historiadores em geral, por tão grande silêncio haver sido mantido sobre tal fato. Esta fé também foi por algum tempo sustentada pela Igreja Católica Romana, e em nenhuma ocasião foi repudiada abertamente por ela. A doutrina da Predestinação, de Agostinho, colocou contra ele próprio todos aqueles elementos na Igreja que jogou-o contra cada homem que subestimava a soberania de Deus. Ele os sobrepassou, e a doutrina da Predestinação adentrou à crença da igreja Universal. A grande maioria dos credos históricos da Cristandade têm estabelecido as doutrinas da Eleição, da Predestinação e da Perseverança final, como prontamente será visto por qualquer um que proceda a um profundo e minucioso estudo do assunto. Por outro lado, o Arminianismo existiu por séculos somente como uma heresia nos arrebaldes da verdadeira religião, e de fato não foi eleito como campeão pela igreja Cristã organizada até o ano de 1784, a qual época foi incorporado ao sistema da doutrina da Igreja Metodista na Inglaterra. Os grandes teólogos da história, Agostinho, Wycliffe, Lutero, Calvino, Zuínglio, Zanchius, Owen, Whitefield, Toplady, e em tempos mais receintes Hodge, Dabney, Cunningham, Smith, Shedd, Warfield e Kuyper, abraçaram esta doutrina e a ensinaram com entusiasmo. Que eles tenham sido luzes e ornamentos do mais alto tipo de Cristianismo, será admitido por praticamente todos os Protestantes. Mais ainda, suas obras neste tão importante tema nunca tiveram réplica. Então, também, quanto paramos para considerar que entre as religiões não cristãs o Islamismo tem tantos milhões que crêem em alguma forma de Predestinação, que a doutrina do Fatalismo tem sido de uma forma ou de outra sustentada em várias nações não convertidas e que as filosofias mecanísticas e determinísticas têm exercido influência tão grande na Inglaterra, Alemanha e América, vemos que pelo menos vale a pena estudar tal tipo de doutrina.
Desde a época da Reforma até mais ou menos duzentos anos atrás, estas doutrinas eram bravamente trazidas à baila pela grande maioria dos ministros e mestres nas igrejas Protestantes, mas hoje em dia encontramos a grande maioria sustentando e ensinando outros sistemas. É muito raro nos depararmos com aqueles chamados “Calvinistas sem reserva”. Podemos muito apropriadamente aplicar às nossas próprias igrejas as palavras de Toplady com relação à Igreja da Inglaterra: “Idos são os tempos em que as doutrinas Calvinistas eram consideradas e defendidas como o Palladium de nossa Igreja Estabelecida; pelos seus bispos e clero, pelas universidades e por todo o povo leigo. Foi, durante os reinados de Eduardo VI, Rainha Elizabeth, Tiago I e a grande parte de Carlos I, tão difícil encontrar um clérigo que não pregasse as doutrinas da Igreja da Inglaterra, como é agora difícil encontrar alguém que o faça. Temos genericamente abandonado os princípios da Reforma, e “Ichabod” , ou 'a glória se foi', tem sito escrito na maioria de nossos púlpitos e das portas de nossas igrejas, desde então”. [1]
A tendência neste nossa era mais iluminada, é olharmos para o Calvinismo como um credo surrado e obsoleto. No começo do seu esplêndido artigo “A Fé Reformada no Mundo Moderno”, o Professor F. E. Hamilton diz, “Parece ser tacitamente assumido por um grande número de pessoas na Igreja Presbiteriana atual que o Calvinismo cresceu demasiado nos círculos religiosos. Na verdade, um membro comum de uma igreja, ou mesmo ministro do Evangelho, tendem a olhar para uma pessoa que declara acreditar na Predestinação, com um misto de divertida tolerância. Parece-lhes incrível que ainda exista tal curiosidade intelectual como um Calvinista real numa época de iluminismo como a presente. Quanto a examinar seriamente os argumentos do Calvinismo, tal idéia nunca entra em suas cabeças. Considera-se tão fora de questão como a Inquisição, ou como um mundo criado (“a partir da e pela vontade de uma força maior”), e olha-se para isso como se fosse uma daquelas fantásticas linhas de raciocínio que os homens tinham antes da idade da ciência moderna”. Por causa desta atitude atualmente tomada com relação ao Calvinismo, e por causa da falta geral de informação com relação a estas doutrinas, reputamos o tema deste livro como de suma importância.
Foi Calvino quem fermentou e trabalhou este sistema de pensamento teológico com tal ênfase e clareza lógica que desde então tem sido referido pelo seu próprio nome. É claro que ele não originou o sistema, mas simplesmente trabalhou com o que lhe pareceu ressaltar com brilho especial nas páginas das Sagradas Escrituras. Agostinho havia ensinado o básico, o essencial do sistema mil anos antes do nascimento de Calvino, e todo o corpo de líderes do movimento da Reforma ensinou o mesmo. Mas foi Calvino, com seu profundo conhecimento das Escrituras, seu destacado intelecto e gênio sistemático, quem alinhou e defendeu estas verdades mais clara e habilmente do que alguém jamais houvera feito.
Nós nos referimos a este sistema de doutrina como “Calvinismo”, e aceitamos o termo “Calvinista” como nosso emblema de honra; ainda que nomes sejam meras conveniências. “Nós podemos”, diz Warburton, “bem apropriadamente, e igualmente com toda razão, referirmo-nos à gravidade como 'Newtonismo', porque os princípios da gravidade foram primeiramente trabalhados e demonstrados pelo grande filósofo Newton. Muito antes que Newton nascesse, a humanidade já convivia com os fatos da gravidade. Tais fatos eram visíveis a qualquer um desde o primeiro dia da criação do mundo, tanto quanto gravidade foi uma das leis que Deus ordenou e decretou para a organização e o equilíbrio do universo. Mas os princípios da gravidade não eram totalmente conhecidos, e os efeitos do poder e da influência da gravidade não eram totalmente conhecidos até que fossem 'descobertos' por Sir Isaac Newton. Assim, também aconteceu com o que os homens denominam Calvinismo. Os princípios inerentes ao Calvinismo têm existido por eras e eras antes que Calvino nascesse. Tais princípios de fato têm estado visíveis como fatores patentes na história do mundo desde o tempo da criação do homem. Mas tanto quanto foi Calvino quem primeiro formulou estes princípios em um sistema mais ou menos completo, tal sistema, ou credo, como queira referir-se a tal, e consoantemente aqueles princípios que são arrolados nele, vieram a ter o seu nome”. [2] Nós podemos ainda adicionar que os nomes “Calvinista”, “Luterano”, “Puritano”, “Peregrino”, “Metodista”, “Batista” e ainda o nome "Cristão", foram originalmente apelidos. Mas a sua utilização veio a estabelecer a validade e o bom entendimento dos seus significados.
O atributo que proporcionou tal força ao ensino de Calvino foi seu apego à Bíblia e à sua inspiração e autoridade. Calvino foi mencionado como o mais proeminente teólogo bíblico de sua época. Até onde a Bíblia o guiou ele foi; parando peremptoriamente onde quer que as respostas ou indicações na Bíblia cessassem. Esta sua recusa em seguir mais adiante do que estivesse escrito, juntamente com sua pronta aceitação do que a Bíblia ensinava, deu às suas declarações um ar de finalidade e positividade que tornaram-no ofensivo aos seus críticos. Devido ao seu discernimento afiado e ao seu poder de raciocínio lógico ele quase sempre era rotulado como um mero teólogo especulativo. Que ele tinha um gênio especulativo de primeira grandeza, é claro, não pode ser negado; e na relevância pertinência de sua análise lógica ele teve uma arma que o fez terrível para seus inimigos. Mas não era desses dons que ele dependia primariamente enquanto formulando e desenvolvendo o seu sistema teológico.
O intelecto poderoso e ativo de Calvino levava-o a explorar o íntimo de cada objeto que tocasse. Foi longe em suas investigações sobre Deus e o plano da redenção, penetrando em mistérios com os quais a maioria dos homens raramente sonha, quando muito. Ele trouxe à luz um lado das Escrituras que até então havia sempre estado em sombras e enfatizou aquelas verdades profundas que comparativamente haviam escapado à atenção da igreja nos tempos que precederam a Reforma. Ele trouxe à luz doutrinas do apóstolo Paulo que estavam no esquecimento, as colocou inteira e completamente no entendimento de uma grande parte da Igreja Cristã.
Talvez esta doutrina da Predestinação tenha provocado uma grande tempestade de oposição, e sem dúvida tem sido mais erroneamente interpretada e caricaturada, que qualquer outra doutrina das Escrituras Sagradas. “Para dizer antes de outra coisa”, diz Warburton, “é como balançar a proverbial bandeira vermelha na frente de um touro irado. Tal ato desperta as paixões mais ferozes de sua natureza, e traz à tona uma torrente de abuso e calúnia. Mas, porque os homens têm lutado contra tal, ou porque eles odeiam, ou talvez não compreendam, não há uma causa lógica ou razoável por que deveríamos abandonar a doutrina ao léu, ou livrarmo-nos dela. A questão real, o ponto crucial não é 'Como os homens a recebem?' mas, 'Será que é verdadeira?'” [3]
Um motivo pelo qual muita gente, até pessoas supostamente educadas, são tão rápidas em rejeitar a doutrina da Predestinação é a pura ignorância do que realmente a doutrina é e o que a Bíblia ensina com relação a ela. Esta ignorância não é de fato surpreendente quando considerando a quase mais completa falta de treinamento Bíblico nos nossos dias. Um estudo meticuloso da Bíblia convenceria muitas pessoas de que ela é um livro muito diferente do que assumem que seja. A tremenda influência que esta doutrina tem exercido na história da Europa e da América deveria pelo menos qualificá-la a uma atenção mais respeitosa. Além do mais, consideramos que de acordo com todas as leis da lógica e da razão, nenhum indivíduo tem o direito de negar a verdade de uma doutrina sem primeiro haver estudado de forma imparcial a evidência de ambos lados. Esta é uma doutrina que lida com algumas das mais profundas verdades reveladas nas Escrituras e é certo que abundantemente beneficiará os Cristãos que minuciosamente a estudarem. Se alguém estiver disposto a rejeitá-la sem antes estudá-la cuidadosamente seus preceitos, então não devemos nos esquecer que ela foi o cerne da firme convicção de multidões dos mais sábios e melhores homens que já viveram, e que deve haver, portanto, fortes motivos favoráveis à sua verdade.
Talvez algumas palavras de cuidado devessem ser dadas aqui, no sentido de que enquanto a doutrina da Predestinação é uma verdade grande e abençoada das Escrituras e uma doutrina fundamental de várias igrejas, ela não deve ser encarada como sendo o cerne e a substância da Fé Reformada. Como o Dr Kuyper disse, “É um erro descobrir o caráter específico do Calvinismo na doutrina da Predestinação, ou na autoridade da Bíblia. Para o Calvinismo tudo isso é conseqüência lógica, não o ponto de partida — as folhagens testemunham a beleza e a riqueza do seu crescimento, mas não a raiz de onde brotou”. Se a doutrina for separada da sua associação natural com outras verdades e exibida sozinha, o efeito é exagerado. O sistema então estará distorcido e mal interpretado. Um testemunho de qualquer princípio, para ser verdadeiro, deve apresentar (aquele princípio) em harmonia com todos os demais elementos dos sistema do qual ele faz parte. A Confissão de Fé de Westminster é um testemunho equilibrado deste sistema como um todo, e dá a devida proeminência àquelas doutrinas, tais como a da Trindade, a da Divindade de Cristo, a da personalidade do Espírito Santo, a da Inspiração das Escrituras, a dos Milagres, a da Reconciliação, a da Ressurreição, a da volta de Cristo, e assim por diante. Ademais, nós não negamos que os Arminianos sustentam muitas verdades importantes. Mas nós sustentamos que uma exposição completa e detalhada do sistema Cristão pode ser dada somente com base na verdade apresentada pelo sistema Calvinista.
Na mente da maioria das pessoas a teoria da Predestinação e o Calvinismo são praticamente sinônimos. Contudo, não deveria ser este o caso, e a identificação muito próxima dos dois tem, sem dúvidas, contribuído muito para o preconceito de muitas pessoas contra o sistema Calvinista. O mesmo é verdadeiro também com relação a uma mui próxima identificação do Calvinismo e “Os Cinco Pontos”, como será mostrado adiante. Enquanto a Predestinação e Os Cinco Pontos são elementos essenciais do Calvinismo, eles de forma alguma constituem a sua íntegra.
A doutrina da Predestinação tem sido o tema de discussões infindáveis, muitas das quais, é preciso admitir, ocorreram com o intuito de suavizar suas formas ou mesmo de explicá-la. “A consideração desta grande doutrina”, diz Cunningham, “atinge os mais profundos e inacessíveis assuntos que podem ocupar as mentes dos homens, — a natureza e os atributos, os propósitos e os atos do infinito e incompreensível Jeová, — vista especialmente nos Seus comportamentos quanto aos destinos eternos das Suas criaturas inteligentes. A natureza peculiar do assunto certamente requer, com justa razão, que deva ser sempre abordada com a mais profunda humildade, cautela e reverência, já que ela nos põe em contato, por um lado, com um assunto tão terrível e avassalador quanto a eterna miséria de uma multidão inumerável de nossos semelhantes. Muitos homens têm discutido o assunto nesse espírito, mas muitos também têm se satisfeito com especulação muito presunçosa e irreverente sobre o tema. Não há provavelmente nenhum outro assunto que tenha ocupado mais a atenção de homens inteligentes em qualquer época que a doutrina da Predestinação. Ela tem sido exaustivamente discutida em todos os seus aspectos, filosófico, teológico e prático; e se houver algum motivo de especulação com relação ao qual nós somos assegurados em dizer que ela tem sido esmiuçada, é este.
“Pelo menos alguns dos tópicos arrolados sob o título geral foram discutidos por quase todos filósofos de eminência tanto na antigüidade como nos tempos modernos. * * * Todos os argumentos que a maior capacidade, genialidade e acuracidade podem elencar foram trazidos à baila na discussão deste tema, e as dificuldades relacionadas ao mesmo nunca foram completamente eliminadas, e nós estamos bem seguros em afirmar que elas nunca o serão, a menos que Deus nos revele mais amplamente ou nos dê capacidades maiores, — embora, talvez, fosse mais correto dizer que, desde a própria natureza do caso, um ser finito nunca possa compreendê-la totalmente, desde que tal implicaria que aquele próprio ser finito seria capaz de compreender totalmente a mente infinita”. [4]
No desenvolvimento deste livro utilizou-se muito de outras obras, de forma que pudesse conter a nata e a mais pura essência dos melhores escritores do tema. Conseqüentemente muitos dos argumentos aqui encontrados são de homens muito superiores a este escritor. De fato, quando observando o conjunto, sou inclinado a dizer com um celebrado escritor Francês, “Colhi um buquê de variadas flores dos jardins dos homens, e nada é realmente meu, senão o fitilho que as mantém unidas”. Ainda assim muito é seu próprio, especialmente no que refere-se à organização e arranjo dos materiais.
No decorrer deste livro, os termos “predestinação” e “pré-ordenação” são usados como sinônimos exatos, a escolha tendo sido determinada somente pelo gosto. Se desejar-se distinção, o termo “pré-ordenação” pode talvez ser melhor utilizado quando o sujeito em referência for um evento na história ou na natureza, enquanto que o termo “predestinação” pode referir-se principalmente ao destino final das pessoas. As citações das Escrituras foram extraídas da “Versão Americana” da Bíblia, ao invés da “Versão King James”, já que a primeira é mais acurada.
O autor deseja agradecer particularmente ao Dr. Samuel G. Craig, Editor da CHRISTIANITY TODAY, ao Dr. Frank H. Stevenson, Presidente do Conselho Curador do Seminário Teológico Westminster, ao Dr Cornelius Van Til, Professor de Apologética no Seminário Teológico Westminster, ao Dr. C. W. Hodge, Professor de Teologia Sistemática no Seminário Teológico de Princeton, sob a supervisão de quem este trabalho num formato muito mais curto foi originalmente preparado, e ao Rev. Henry Atherton, Secretário Geral da União Soberana Graça, em Londres, Inglaterra, pela valiosa assistência.
Este livro, repetimos, é designado a apresentar e a defender a Fé Reformada, comumente conhecida como Calvinismo. Ele não é direcionado contra nenhuma denominação em particular, mas contra o Arminianismo em geral. O autor é Presbiteriano [5], mas ele está bem ciente do afastamento radical que tropas de Presbiterianos têm feito do seu próprio credo. O livro é posto adiante com a esperança de que aqueles que professam sustentar a Fé Reformada possam ter um melhor entendimento das grandes verdades que são aqui tratadas e possam mais altamente valorizar sua herança; e que aqueles que não têm conhecimento deste sistema, ou que se opõem ao mesmo, possam ser convencidos da sua verdade e venham a amá-lo.
A questão que então se nos apresenta é esta: — Deus, desde toda a eternidade, pré-ordenou todas as coisas que vieram e que virão a acontecer? Se sim, que evidência disto nós temos, e como pode o fato ser consistente com o livre arbítrio das criaturas racionais e com as Suas próprias perfeições?

NOTAS:
[1] - Prefácio ao Predestinação de Zanchius, p. 16.
[2] - Warburton, Calvinism, p. 2.
[3] - Warburton, Calvinism, p. 23.
[4] - Cunningham. Historical Theology II, pp. 418, 419.
[5] - O autor, um leigo, é membro da Igreja Presbiteriana Ortodoxa. Esta é uma das menores denominações, mas uma que procura fielmente manter a herança Reformada.

Tradução livre: Eli Daniel
Revisão: Felipe Sabino de Araújo Neto

Este artigo é apenas parte do livro
Mais informações no site www.monergismo.com

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