Mais uma vez constato que Calvino tem uma compreensão da Bíblia fora do comum. Ontem estávamos lendo seus comentários a 1 Coríntios, como sempre temos feito em nossos cultos domésticos, e pela primeira vez saltou-me aos olhos uma unidade incrível nas considerações de Paulo sobre a sexualidade nessa epístola (lemos de 6.12 a 7.5). Pelo teor da carta, parece que a igreja de Corinto estava uma confusão só em relação ao assunto. Ali havia dois extremos, aqueles extremos que se tocam: a desvalorização do sexo ia desde a imoralidade evidente (sexo com prostitutas, sexo com a mulher do pai) até o desejo de abster-se de relações, mesmo dentro do casamento, como sinal de espiritualidade mais elevada. Nos dois casos, que apenas aparentemente são opostos, há a mesma instrumentalização do sexo: no primeiro, puro prazer egoísta e sem compromisso; no segundo, supressão do sexo com vistas a objetivos de “pureza espiritual”.
Deus, através de Paulo, gera a perspectiva correta em nós quando, na Palavra, encaixa o sexo em seu lugar: a evidência — creio que a mais importante — de que o casamento não é uma junção acidental (e sujeita às circunstâncias) de dois seres autônomos, mas sim a união permanente de seres que passam de fato a pertencer um ao outro (7.4). O próprio Jesus o exprimiu dessa forma: “não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mt 19.6). Assim, entre o casal, o sexo não é um assunto para se decidir sozinho, mas sim algo que se deve a quem se ama: algo voltado integralmente para o outro. O amor conjugal, de acordo com a Escritura, é o que nos faz declarar com grande alegria: “meu corpo é seu, seu corpo é meu”. Se isso era maravilhosamente contracultural na época de Paulo (que enfrentava a reificação da mulher, a poligamia, os divórcios em série, a falsa ascese e a dicotomia entre alma e corpo), continua contracultural hoje, quando o sexo se torna um cada vez mais badalado entretenimento individualista, um ato sem sentido para a alma.
Fonte: http://normabraga.blogspot.com/2011/01/paulo-calvino-e-sexualidade-humana.html
Deus, através de Paulo, gera a perspectiva correta em nós quando, na Palavra, encaixa o sexo em seu lugar: a evidência — creio que a mais importante — de que o casamento não é uma junção acidental (e sujeita às circunstâncias) de dois seres autônomos, mas sim a união permanente de seres que passam de fato a pertencer um ao outro (7.4). O próprio Jesus o exprimiu dessa forma: “não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mt 19.6). Assim, entre o casal, o sexo não é um assunto para se decidir sozinho, mas sim algo que se deve a quem se ama: algo voltado integralmente para o outro. O amor conjugal, de acordo com a Escritura, é o que nos faz declarar com grande alegria: “meu corpo é seu, seu corpo é meu”. Se isso era maravilhosamente contracultural na época de Paulo (que enfrentava a reificação da mulher, a poligamia, os divórcios em série, a falsa ascese e a dicotomia entre alma e corpo), continua contracultural hoje, quando o sexo se torna um cada vez mais badalado entretenimento individualista, um ato sem sentido para a alma.
Fonte: http://normabraga.blogspot.com/2011/01/paulo-calvino-e-sexualidade-humana.html
Extraído do blog www.luis-cavalcante.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário